sábado, 25 de setembro de 2010

SEXTA, SETEMBRO 24, 2010 Rádio das Trevas

Em Ruanda; naqueles dias horríveis de ódio, orgulho étnico e desamor; houve uma emissora de rádio local, uma emissora "comunitária" que incitou os genocidas a massacrarem impiedosamente as "baratas"...

Como se não bastasse o envio de facões e outras armas cortantes para a aberração assassania, como se não bastasse o sentimento absurdo de superioridade etnica, houve rádio local em Ruanda que fez apologia a tudo aquilo...

Uma emissora de rádio precisa mesmo de parâmetros para estar no ar pois trata-se de entrar nos lares das pessoas. Dependendo da radiofusão que se faça podemos ter avanço ou retrocesso social...

Claro que aqui não estamos indo contra à legítima radiofusão comunitária.

Mas não basta que uma rádio esteja situada numa comunidade tal para que seja comunitária.

O adjetivo comunitário se conquista com a programação equivalente. Sem proselitismo religioso, político partidário, sem ânsia lucrativa.

O caráter comunitário de uma rádio, em nossa opinião, não se restringe à outorga da ANATEL. Já que sabemos de tantas emissoras outorgadas que simplesmente imitam o estilo comercial de ser rádio...

O caráter comunitário de uma rádio se expressa: numa associação mantenedora legítima (renovação da diretoria com eleições periódicas abertas com Edital aos associados), isenção, programação educativa, cultural, cidadã.

Nada de "Rebolation" numa rádio que se diz comunitária!

Aqui no Brasil dificilmente teríamos uma rádio local das trevas como ocorreu en Ruanda em 1994 no sofrido e promissor continente africano.

Mas temos que evitar também toda manipulação da comunicação social comunitária.

Um outro mundo é possível e passa necessariamente pela democratização da palavra, pela disseminação de rádios que possam iluminar o cotidiano de pessoas, grupos e organizações numa determinada comunidade.

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