sexta-feira, 22 de julho de 2011

Rádios locais

Eis uma interessante descrição acerca das rádios locais:

"Grosso modo, as emissoras que se dizem comunitárias podem ser
classificadas em quatro tipos mais comuns:
• Rádios Comunitárias: mesmo sem outorga ou não operando conforme o
projeto original, têm a intenção de funcionamento democrático, abrindo suas
portas e estimulando a participação da comunidade onde estão inseridas.
Portanto, são as comunitárias “com C maiúsculo”;
• Rádios Livres: como já visto, são emissoras que não estão necessariamente
em busca do amparo legal nem preocupadas em recompor o tecido social em
torno da sua prática. Mas têm importante papel ao confrontar o coronelismo
eletrônico, ou seja, a posse e utilização política das estações de rádio e televisão
por grupos e familiares de elites normalmente políticas e/ou religiosas;
Assim como as comunitárias “com C maiúsculo” sem outorga, são comumente
rotuladas como rádios “piratas”;
• Picaretárias: é uma expressão empregada para a emissora “comunitária”
de intenção comercial e/ou de propriedade de políticos profissionais. Estas
emissoras usam brechas da lei para brigar pela outorga de comunitária, mas
adotam práticas mais comuns às comerciais, sendo utilizadas em benefício
e/ou promoção do(s) seu(s) proprietário(s). São comunitárias de fachada,
normalmente absorvidas pela prática do coronelismo eletrônico;
• Neopentecostais: são emissoras de pequenas igrejas neopentecostais, evangélicas
e/ou católicas, congregações de menor poder aquisitivo, ou mesmo
corporações religiosas sem um grande veículo de comunicação à sua disposição.
Assim como as “picaretárias”, também são compostas por oportunistas
de plantão que conseguem outorga de comunitária e utilizam o veículo para fins
específicos ou particulares. Mesmo em menor escala que as “picaretárias”,
não deixam de incorporar certas práticas comuns ao coronelismo eletrônico;
Entre as práticas que são mais comuns em rádios comerciais, e que são normalmente
incorporadas pelas “pseudocomunitárias”, podemos citar:
• venda de espaço na emissora;
• vínculo do tipo “chapa branca”, com relações de subordinação ou parceria
com os poderes políticos locais;
• apoio cultural na forma de jabá, veiculando uma grande quantidade de “abraços”
e “parabenizações” para comerciantes da região. Muitas vezes, este jabá
nem entra no caixa da rádio, indo direto para o bolso de quem captou o apoio;
• É comum vermos comunicadores de emissoras com outorga de comunitária
lançando-se para vereador e/ou apoiando candidaturas, direta ou indiretamente
Bem como outros eventos de ordem particular/privada. A intenção,
nestes casos, é pura e simplesmente a promoção e o benefício pessoal12."

Fonte: webresearch.files.wordpress.com/2009/07/cartilha.pdf

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