quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Caneta de duzentos mil reais. Quem precisa disso?

Ontem assistimos a uma notícia sobre assalto a loja de luxo onde houve apropriação indébita de canetas que custam o valor de uma casa própria...

Se produzem isso é devido aos que compram...

Quem compra? Quem quer mostrar a sua superioridade, quem quer se sentir numa atmosfera de exclusividade e de megasumaimportância pessoal...

Quem investe numa loja assim...

Quem fabrica...

Quem compra é uma pessoa egolátrica e alienadora. Mais do que alienada. Fomenta a alienação em outrem.

E a mídia? A mídia só noticia o assalto. Não reflete sobre a desigualdade subjacente à situação dramática que originou a notícia.

A mídia tradicional busca impor a noção de que é natural uns terem muitíssimo e a maioria não ter nada.

Sinto que está introjetado na mídia: o mundo é dos que conseguem se sobressair, pior para quem não se esforçou o suficiente.

Assim cultiva-se uma noção equivocada de competição. A competição não é ruim em si mesma, nem o mercado. Mas as condições de favoritismo e de exclusão deturpam o fator competitivo na sociedade.

A vida e a evolução das espécies dentro da vida é algo mais do que competição. Ao lado da competição há a cooperação. Maior do que a competição há a cooperação. Isso demonstra a biologia de Maturana que aprofunda Darwin e o supera já que o mesmo tem imensas lacunas em sua teoria.

Quem usa uma caneta de duzentos mil reais consegue se relacionar com Deus com a consciência tranquila?

Se o relacionamento for autêntico achamos que não.

Se o relacionamento for obscurecido por uma ideologia qualquer...tudo se justifica...

Nenhum comentário: