segunda-feira, 16 de maio de 2011

Emancipação: Não!

Escrevi ontem sobre Mambucaba e o nome mambucabense.

Perguntei  no final se a existência do nome mambucabense seria uma premonição linguística sobre o porvir do Quarto Distrito e respondo convicto: não. Não é nenhuma premonição.

Lancei a pergunta e deixei meus leitores a pensar. Houve até quem concluísse ser a tal frase propaganda emancipacionista.

Não.

O adjetivo mambucabense existe formalmente porque a região toda foi grande notícia na Europa a centenas de anos atrás. O livro de Hans Staden, aventureiro alemão, espécie de turista de negócios da época, foi um best-seller e fazia referência à Mambucaba como lugar e aos seus habitantes indigenas.

As coisas, culinária, etc oriundas de Mambucaba eram naturalmente mambucabenses. Ex.: culinária mambucabense.

Agora, os dicionários que grafam mambucabense como quem é natural do município de Mambucaba estão cometendo um erro linguístico e histórico. Me perdoem os eruditos que fizeram assim.

Emancipação? Não.

Explico:

Não teríamos como nos manter só com o Fundo repassado pelos outros entes do Estado.

As grandes indústrias perderíamos, seria algo de outrem: maior parte da CNAAA, Brasfels, Tecnip, Transpetro.

Perderíamos o CEFET! Como? Se a coisa evoluisse até um plebiscito. Até que viesse o tal qualquer prefeito tiraria o CEFET de Mambucaba e levaria para a sua territorialidade garantida ao invés de deixar na territorialidade disputada... E isso não seria um gesto maquiavélico e sim de natural defesa do interesse do município.

Temos ligação histórica, econômica,social, cultural, política, ambiental, espiritual com Angra dos Reis.

Perderíamos a disputa eleitoral pois por lei quem vota num Plebiscito é toda a população do mesmo que queira. E os moradores do Frade, Japuíba, Centro, Jacuecanga, etc tendem a ser contra a divisão.

Nosso bairro, apesar das imensas dificuldades com manutenção ainda, tem recebido atenção do Poder Público crescentemente desde uns seis anos pra cá.

Precisamos estar atentos à motivação das pessoas que lideram essa ideia: autenticamente convencida da causa (estuda, compara, avalia, etc), faz disso cenário de Show Business  eleitoral pra 2012, almeja ser da "elite" política do improvável "novo" município (deixar de ser personalidade periférica pra ser um dos notáveis...), são manipuladas por políticos de outras localidades e esferas de Poder Público, etc.

Há de se ponderar tudo isso. Conheço gente honesta no movimento, apenas discordo do otimismo exagerado quanto ao futuro daqui desligado de Angra dos Reis.

Eu sou contra a emancipação. Já fui a favor em 1996 enquanto funcionário de uma instituição de ensino que apoiava a causa. Já fui a favor até 2003 quando estive na Comissão Pró-Emancipação de Mambucaba tendo feito em parceria com conhecido um "Estudo de Viabilidade Municipal" (informal). Quando me dei conta da complexidade da questão e da inviabilidade do processo me afastei cordialmente da Comissão. Encerrei então uma agenda simples de reuniões, viagens, palestras informativas, etc. Sempre como coadjuvante. Foi um aprendizado e tanto. Minha teoria teve que ceder à realidade.

Por fim: temos tido excelentes conquistas desde 2009 pra cá como: CEFET, desapropriação da área de lazer da Avenida Francisco Magalhães de Castro para ser nosso mega ponto de eventos, ajuste na desembocadura do Rio Perequê pra minimizar o problema das enchentes, etc.

Emancipação: só vale a penas mesmo aquela que cada cidadão faz em sua consciência no sentido de transformar a realidade, melhorar o mundo pois um outro dele é possível.

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