Está acabando no ambiente político de Angra dos Reis uma polarização que situa PMDB e etc como o lado X e PT e etc como o lado Y. Digo moralmente.
Na medida em que tantas pessoas novas tem entrado no PT desde alguns anos. Pessoas que transitavam no "grupo X";
Na medida em que militantes do PT migraram/migran para o outro "grupo";
Na medida em que a vice presidência da Câmara Municipal é PT;
Na medida em que já se cogita, e mesmo que não se efetive mas já se cogita, de lideranças de "X" migrarem para o "grupo Y";
Ficamos com uma poderosfera, no dizer de Alvin Tofller, diversificada e densa.
Ou seja: continua havendo dois grupos disputando o poder no município, mas já não dá pra estereotipar um grupo de ilibado e outro de corrupto, um grupo decente e outro indecente, um grupo bem intencionado e outro usurpador, etc.
Tanto é que se fosse assim mesmo no real jamais/nunca a oposição aceitaria participar da mesa diretora da CMAR que dá sustentação política ao "grupo X". Diria-se qualquer coisa do tipo: "Impossível, nós não nos misturamos com essa gente do tipo..." Tanto é assim que jamais/nunca ouviríamos sequer a possibilidade de lideranças situacionistas estarem, no melhor estilo político, sondando e costurando contato/espaços/etc. Diria-se qualquer coisa do tipo: " Que isso, é boato. Imagina. Nem pensar. Nunca. Mas nem que a cobra fume."
Política é assim. Pode até parecer mesquinhez esse bla-bla-bla mas é, ao contrário, a essência da arte da política. Somente através do diálogo e da construção de consensos momentâneos pode-se gerir a coisa pública e renovar-se o poder periodicamente.
Quem ainda tem dificuldade de aceitar isso peço que lembre-se de: ditaduras como a do Talibã, ditaduras comunistas ao longo do século XX, países onde a arte da política ficou enfraquecida e no lugar emergiu a brutalidade, a mutilação, o genocídio...
Há pessoas íntegras e de índole questionável em ambos os grupos.
É humanamente assim. Assim no sindicalismo, no cooperativismo, no associativismo, no ambientalismo, nas igrejas, etc.
Está acabando o simplismo do tipo resposta pra criança: bem filho, os do mal tão ali e dos do bem tão acolá.
Não existiu quadrilha no passado remoto pós-democratização em Angra dos Reis. Apesar de denúncias, processos, etc. Erros efetivos mesmo. Acertos efetivos também.
Não existe quadrilha no presente em Angra dos Reis. Apesar de denúncias, processos, etc. Erros efetivos mesmo. Acertos efetivos também.
Ao longo dos últimos vinte e tantos anos em Angra dos Reis tem havido: prêmios nacionais e internacionais, processos, conquistas duradouras, denúncias, infra-estruturação crescente, escândalos, melhoria da qualidade de vida, condenações, reconhecimento de experiências exitosas, despedício, etc.
Temos insistido nisso desde 2008 quando iniciamos o "De Mambucaba para Angra dos Reis". Quatro anos insistindo nisso que a cada dia se desenha tal qual temos dito.
Não se trata aqui de eu estar fazendo um discurso inocente de união entre grupos distintos. É logicamente impossível. Sempre haverá situação e oposição no exercício da política. Não é isto que arruina o processo. O que arruina o processo é o extremismo, a crítica solta sem base, o denuncismo típico de quem se opõe a algo.
Aqui, como no mundo, vivemos a agenda de renovação no poder, vivemos a realidade forte de embate situacionista-oposicionista, mas dá pra fazer isso com Arte, com Política, com iniciativas que engrandeçam o processo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário